a banalidade da diferença

sábado, novembro 24, 2007

artigo da revista visão "estranhas alianças"

Na edição número 766 de 8 de Novembro de 2007 da revista visão saiu uma reportagem em que a terapeuta familiar Margarida Cordo afirmou: "A homossexualidade é um transtorno da identidade sexual, uma doença e tem recuperação"

Encontrei uma boa resposta para ela, por parte de quem eu não esperava, vejam:


Para quem não sabe vou salientar algumas datas importantes:
  • 15 de Dezembro de 1973 - A direcção da Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association, APA) procede a uma votação no sentido de suprimir a homossexualidade da lista de doenças mentais. Treze dos quinze membros da direcção pronunciam-se favoravelmente. A decisão será contestada por muitos psiquiatras, que exigem a sua anulação ou a realização de um referendo.
  • Abril de 1974 - Um referendo interno promovido pela Associação Americana de Psiquiatria aprova com 58% dos votos a decisão da direcção em retirar a homossexualidade da lista de doenças mentais tomada no ano anterior.
  • 1982 - Portugal descriminaliza a homossexualidade.
  • 1992 - A Organização Mundial da Saúde deixa de considerar a homossexualidade como doença.
Ora em 2007 uma terapeuta familiar vem contradizer o que a APA disse em 1974 e a OMS em 1992, presumo que ela ache que esquerdinos também sofrem de uma doença.
Confesso que fiquei feliz quando vi esse vídeo do bruno nogueira, ainda se brinca muito com os estereótipos associados a homossexuais masculinos, mas acho bem que se começe a brincar, ridicularizando, com ideias como a dessa suposta terapeuta

quarta-feira, novembro 21, 2007

@ Lala

Esta semana não sei porquê, lembrei me de uma pessoa que conheci na minha infância (8/9 anos).
Essa pessoa era apelidada de Lala, nasceu com o sexo biológico feminino, tinha mais aparência masculina que muitos com o sexo biológico masculino, trabalhava numa empresa de serração (coisa de homens dizem por aí), enfim daquilo que a nossa sociedade chama mulher só tinha o sexo biológico. Se se identificava com esse sexo, não me parece, mas não sei, penso que Lala terá sido o primeiro transexual FM que conheci.
não sei porque me lembrei de Lala, mas recordo me das coisas que ouvia sobre @ Lala, que era uma mulher frustrada, que era "fufa", etc... Tudo coisas que eu desconhecia na altura e ninguém me quis explicar (acho que também não perguntei). A ignorancia e estupidez propagou-se assim mais uma geração, porque ninguém quis perceber quem era Lala e o que sentia. Teria sido tão simples uma explicação do género "Lala é um homem, mas nasceu com o sexo de uma mulher", obvio que muitas explicações teriam de vir a seguir, e bastava uma pessoa para o explicar no seio familiar.
Enfim, ontem lembrei me de Lala e vi as coisas numa perspectiva diferente que via há 20anos atrás. Lala era trangénero, possivelmente transexual (estou a especular, afinal nunca falei com Lala sobre isso) e por isso tento neste texto escrever Lala e não o ou a Lala


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dia 29 dia de virar mais uma página...

(Foto retirada do site airliners.net)

Chegou a altura de virar mais uma página da minha vida, como alguns já sabem vou abandonar o Algarve, e será já no dia 29 deste mês.

Mudança para melhor? Em termos de financeiros e de trabalho com certeza, em termos de qualidade de vida, duvido imenso. Há 8 anos que vivo no Algarve, 8 anos em que aconteceram muitas coisas, conheci muita gente, e caí de para-quedas no emprego que me leva agora a mudar para Lisboa.

O sentimento que sinto neste momento é difícil de definir, alegria pela melhoria a nível laboral, apreensivo pela mudança, triste por deixar o Algarve e os Amigos que fiz cá, é um misto disso tudo e mais qualquer coisa que não consigo definir...

Mas prometo uma coisa, hei de voltar para vos vir dar cabo do juízo nas minhas férias (vocês sabem quem são) :P

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quinta-feira, novembro 01, 2007

carta (continuação)

Carta entregue e lida, a minha mãe tentou logo telefonar-me mas por estar num jantar do trabalho, e também por não ter coragem de falar com ela sem saber a reacção não atendi...
Ela deixou me mensagem no voice mail a dizer-me que tinha lido a carta, que já estava um bocadinho a espera e desconfiava desde que lhe tinha oferecido o livro ("vagabundo de nós"), que aceitava bem e tudo.
Quase que consegui esboçar um sorriso, enfim, a partir de hoje já posso ser sincero com a minha mãe

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